O mais recente relatório do Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA), com data de 30 de junho último, aponta falhas na supervisão de empresas e bancos considerados de interesse público. Não há, no entanto, registo de contraordenações, avança o i.
Recorde-se que há uma semana, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, referiu numa comissão parlamentar – onde se abordou o tema da supervisão, na sequência do caso BES – é precisamente o CNSA “a entidade responsável pela supervisão das empresas de auditoria”. O tema ganha relevância numa altura em que se percebe como as falhas no BES foram passando despercebidas por entre os ‘pingos da chuva’ até serem levadas no ‘dilúvio’ que levou o banco à necessidade de um resgate financeiro.
O relatório do CNSA de que o i dá conta refere falhas de qualidade no sistema interno, referindo mesmo “a falta de revisão independente por outro Revisor Oficial de Contas” e a “ausência de procedimentos de garantia de independência”. Como fragilidades na supervisão são também referidas a desadequação de recursos humanos e questões relativas a ética, deontologia e independência, acrescenta o mesmo jornal, que terá contactado a entidade supervisora sem no entanto ter obtido respostas, por esta se encontrar de férias.
Em causa podem estar potenciais conflitos de interesses que prejudiquem a auditoria a empresas cotadas em bolsa. Sobre esta questão, Carlos Costa referiu na mesma comissão parlamentar que “há um ponto em que há um conflito de interesses: é que quem paga ao auditora é o auditado”.