Depois de uma previsão de crescimento para a economia portuguesa, em 2014, de 1,2% do PIB, pelo Governo, a Economist Intelligence Unit vem hoje alertar para que, face à implosão da crise do BES, as previsões iniciais podem ser reduzidas para metade.
No documento, a que o Negócios teve acesso, considera-se ainda que o resgate à instituição bancária liderada por Ricardo Salgado durante mais de 20 anos foi duro para com os acionistas, e alega-se que poderia ter havido a opção de penalizar também obrigacionistas seniores e depositantes nos montantes não garantidos.
Os novos dados surgem na nota preparada pela unidade de análise da revista ‘The Economist’, onde se estima um “impacto negativo de curto prazo da crise BES na confiança e no investimento em Portugal”, acrescentando-se este facto a dúvidas levantadas pela oposição, em Portugal, de que o investimento realizado no Novo Banco pode ainda resultar numa fatura a pagar pelos contribuintes.
Face ao investimento estadual de 3,9 mil milhões de euros, e caso a venda do banco resulte de um valor maior, com os bancos a terem de suportar as ‘perdas’, questiona-se se “poderá o Governo ficar à margem [desse facto], se esse custo representar uma ameaça à estabilidade das outras entidades de crédito, depois de ter visto o BES cair?".
Com algumas perguntas ainda por responder, dado quase certo é que o caso BES terá, entre as suas 'vítimas', um impacto significativo em termos do crescimento do PIB português.