No âmbito das investigações em curso ao grupo Caixa Económica Montepio Geral sabe-se que 9% do Fundo de Participação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) é detido por Paulo Guilherme. Este é filho do construtor José Guilherme, que pagou comissões a Ricardo Salgado, ex-presidente executivo do BES, por serviços prestados pelo banqueiro na sua entrada em Angola. Ter-lhe-á oferecido, também, um presente de 14 milhões de euros.
A notícia é avançada pelo Público, que explica que este fundo, que é também detido pelo investidor angolano Eurico Brito, foi criado em 2013, com o valor de 200 milhões, com o objetivo de ajudar a reforçar o capital do banco comercial do grupo mutualista. Este foi altamente contestado na altura por parte dos quadros do grupo, pois, pela primeira vez nos seus 170 anos de história, a Associação Mutualista deixou de ser detentora de 100% do capital da CEMG.
O Fundo foi disponibilizado aos clientes do banco com a promessa de renderem a um juro de pelo menos 5%, o que, de acordo com o Público, não se verificou até agora.
Recorde-se que a investigação que está a decorrer ao grupo de Tomás Correia tem como objetivo verificar se as boas práticas das decisões de concessão de crédito são cumpridas e as relações comerciais cruzadas dentro do grupo são as corretas.