A separação do BES "envolve várias ficções e uma enorme mentira. Mais do que uma mentira, é provavelmente uma grande vigarice”. As acusações são feitas pelo advogado Miguel Reis, cujo escritório participará no consórcio que está a ser formado para defender judicialmente os pequenos acionistas do BES, que tudo perderam.
Isto porque, sustenta, “é impossível fazer uma cisão em 24 horas”, à imagem do que sucedeu com o banco que era presidido por Ricardo Salgado”.
Em entrevista ao i, o antigo jornalista considera que “é inaceitável que o processo de liquidação do BES seja feito à custa dos que investiram de boa-fé”, realçando que “todo este processo peca por uma enorme falta de transparência e uma grande opacidade”. Ao mesmo tempo, destaca, “é inaceitável que o Novo Banco se tenha apropriado da escrita do BES e de todos os seus dados”.
E, além de imputar os responsáveis diretos pela crise que culminou no desmantelamento do BES, Miguel Reis não isenta o Presidente da República de ‘culpas no cartório’.
“Houve clientes que foram convencidos a investir no BES por causa das declarações de Cavaco”, faz sobressair.
Já no que à estratégia para defender os lesados com a crise do BES diz respeito, Miguel Reis adianta que a mesma passará pelo Tribunal de Justiça Europeu, avançando também que é sua intenção interpor várias queixas-crime coletivas.