Muito se tem falado da Portugal Telecom (PT), o que, nos últimos tempos, sobretudo se justifica à luz do empréstimo ‘a fundo perdido’ de quase 900 milhões de euros ao Grupo Espírito Santo (GES), bem como da absorção da operadora de telecomunicações portuguesa pela brasileira Oi. Esta operação saiu, aliás, prejudicada em virtude do montante cedido ao GES.
Mas vamos a contas. De acordo com a edição de hoje do jornal i, apesar deste cenário pouco auspicioso os elementos da administração da PT não viram os seus salários ou bónus minguarem. Pelo contrário. Desde 2006 que não recebiam tão avultado valor: 12,1 milhões de euros.
Se recuperarmos os montantes acumulados tomando o ano de 2004 como ponto de partida, os gestores da operadora encaixaram um total de 112,74 milhões de euros, o que equivale a mais de 10 milhões por ano.
Isto, quando no mesmo intervalo de tempo a empresa observou uma desvalorização acumulada de 78%, adianta a mesma publicação.
Mais. Entre 2005 e 2013, os custos por colaborador da PT emagreceram 21%, caindo de 38,5 mil euros para 30,4 mil euros. Ao mesmo tempo, a operadora extinguiu 1300 postos de trabalho nesse período. Estes dados, refira-se, reportam só a colaboradores da TMN e rede fixa/Meo.
Em suma, realça o i, um funcionário da PT com um vencimento médio necessitará de 30 anos para ganhar o que um administrador da empresa recebe num só ano.