De acordo com o noticiado esta quarta-feira pelo Diário Económico, o governador do Banco de Portugal apenas teve acesso a dados concretos sobre o problema no BES no dia 25 de julho, altura em que a KPMG entregou ao supervisor dados preliminares relativos a imparidades registadas no banco que até há dias tinha sido liderado por Ricardo Salgado.
Porém, apenas no dia 28 esses dados passaram a números concretos, com os auditores do BES a revelarem um esquema de emissão e recompra de obrigações próprias que tinha gerado um buraco de 1,2 mil milhões de euros.
“Apenas no dia 25 de julho – 19 horas –, em reunião entre elementos do BdP e da KPMG, foram apresentados os valores preliminares das contas do primeiro semestre, incluindo a primeira estimativa das perdas associadas às operações de emissão e recompra de obrigações próprias”, revela fonte oficial do banco central português ao Económico.
A 3 de agosto, poucos dias depois de conhecidos os resultados finais dos avultados prejuízos de 3,6 mil milhões, o Banco de Portugal e o Governo anunciavam a queda do BES e a sua separação em duas entidades, um banco mau e um banco bom, injetando no Novo Banco 4,9 mil milhões de euros.