A KPMG diz uma coisa, mas o Banco de Portugal diz que não é bem assim. Em entrevista ao Expresso, no passado dia 16 de julho, a KPMG revelou que se reuniu com o vice-governador Pedro Duarte Neves e que alertou para um problema com a recompra de obrigações do Banco Espírito Santo (BES) emitidas em 2012.
No entanto, em comunicado agora emitido, e citado pelo Diário Económico, Pedro Duarte Neves sublinha que esse problema foi apenas “brevemente mencionado pela KPMG” no final da reunião e que não foi apresentada “uma descrição completa” nem “referida qualquer ordem de grandeza para eventuais perdas nas contas semestrais”.
A auditora, que se recusou a assinar as contas do primeiro semestre do BES, e o vice-governador reuniram nas instalações do Banco de Portugal antes do regulador ter divulgado um comunicado onde referiu que “o BES detém um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição assumida perante o ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo”.
A 30 de julho, os prejuízos históricos apresentados pela instituição bancária (3,57 mil milhões de euros) aceleraram o resgate, anunciado a 3 de agosto.