"Stock da Cunha pretende acelerar venda e minimizar perdas"

O objetivo da nova administração do Novo Banco, liderada por Eduardo Stock da Cunha, é vender o mais depressa possível a instituição financeira, ao mesmo tempo que minimiza a perda de valor, considerou hoje o presidente do Lloyds, Horta Osório.

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Lusa
19/09/2014 12:17 ‧ 19/09/2014 por Lusa

Economia

Horta Osório

"Ver-se-á o que é que a administração do Novo Banco considera que é o 'timing' adequado para poder vender o mais depressa possível mas, ao mesmo tempo, maximizar o valor no sentido de minorar a perda", afirmou à agência Lusa António Horta Osório, à margem de um evento em Lisboa.

"É essa sintonia entre ser o mais depressa possível, mas minorar a perda para os restantes bancos e, portanto, para os contribuintes, que é o principal objetivo inicial da administração do Novo Banco", reforçou.

"A obrigação da lei é vender o banco até ao fim do próximo ano. Obviamente, o senhor primeiro-ministro disse que o melhor é vender o mais depressa possível, e penso que toda a gente está de acordo com isso, mas a lei permite vender até ao fim do próximo ano", salientou o presidente executivo do Lloyds Banking Group.

Aliás, Stock da Cunha é quadro do segundo maior grupo financeiro britânico, que é liderado por Horta Osório, que já tinha trabalhado com o agora presidente do Novo Banco no Banco Santander Totta, em Portugal, tendo aceitado o desafio que lhe foi lançado pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e estando a cumprir uma comissão de serviço.

"Eu acho que o Dr. Eduardo Stock da Cunha é das melhores pessoas disponíveis para liderar este processo e, portanto, congratulo-me com a escolha do senhor governador do Banco de Portugal", assinalou Horta Osório.

E concluiu: "[Stock da Cunha] tem quase 30 anos de experiência em quatro países diferentes, em quase todas as áreas de banca, e pode aportar imenso valor na preparação deste processo, em conjunto com a equipa e com os quadros do BES que, na minha opinião, são quadros excecionais".

Horta Osório falava à Lusa à margem de uma iniciativa da Câmara de Comércio Americana em Portugal, que decorreu esta manhã em Lisboa.

O Banco de Portugal confirmou no domingo que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo, apenas dois meses depois de ter sido nomeado.

No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

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