"Ver-se-á o que é que a administração do Novo Banco considera que é o 'timing' adequado para poder vender o mais depressa possível mas, ao mesmo tempo, maximizar o valor no sentido de minorar a perda", afirmou à agência Lusa António Horta Osório, à margem de um evento em Lisboa.
"É essa sintonia entre ser o mais depressa possível, mas minorar a perda para os restantes bancos e, portanto, para os contribuintes, que é o principal objetivo inicial da administração do Novo Banco", reforçou.
"A obrigação da lei é vender o banco até ao fim do próximo ano. Obviamente, o senhor primeiro-ministro disse que o melhor é vender o mais depressa possível, e penso que toda a gente está de acordo com isso, mas a lei permite vender até ao fim do próximo ano", salientou o presidente executivo do Lloyds Banking Group.
Aliás, Stock da Cunha é quadro do segundo maior grupo financeiro britânico, que é liderado por Horta Osório, que já tinha trabalhado com o agora presidente do Novo Banco no Banco Santander Totta, em Portugal, tendo aceitado o desafio que lhe foi lançado pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e estando a cumprir uma comissão de serviço.
"Eu acho que o Dr. Eduardo Stock da Cunha é das melhores pessoas disponíveis para liderar este processo e, portanto, congratulo-me com a escolha do senhor governador do Banco de Portugal", assinalou Horta Osório.
E concluiu: "[Stock da Cunha] tem quase 30 anos de experiência em quatro países diferentes, em quase todas as áreas de banca, e pode aportar imenso valor na preparação deste processo, em conjunto com a equipa e com os quadros do BES que, na minha opinião, são quadros excecionais".
Horta Osório falava à Lusa à margem de uma iniciativa da Câmara de Comércio Americana em Portugal, que decorreu esta manhã em Lisboa.
O Banco de Portugal confirmou no domingo que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo, apenas dois meses depois de ter sido nomeado.
No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.