Em dezembro do ano passado, cartas trocadas entre o então vice-presidente do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves, e Ricardo Salgado evidenciavam que a ES Internacional (ESI) tinha ocultado uma dívida no valor de 1,3 mil milhões de euros e sobreavaliado ativos em 1,1 mil milhões.
O conteúdo da correspondência é revelado na edição deste sábado do semanário Expresso e prova que o Banco de Portugal teve conhecimento, nesta altura, das irregularidades cometidas pelo grupo liderado por Ricardo Salgado.
Tal facto foi confirmado por um relatório que a KPMG entregou ao regulador em janeiro de 2014 e que este só fez chegar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em abril, data em que o Expresso publicou uma notícia a dar conta que a ESI tinha escondido dívida.
Contudo, só no final de maio é que o buraco foi tornado público, sucedendo-se, então, o afastamento de Ricardo Salgado e a cisão do Banco Espírito Santo (BES) num banco bom e num banco mau.