Montepio revê em baixa previsão de crescimento de Portugal

Portugal deverá crescer 0,9% em 2014, abaixo da previsão inicial de 1,2% e das estimativas de 1% do Governo, segundo a Análise Económica e de Mercados do Montepio.

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Lusa
16/10/2014 12:16 ‧ 16/10/2014 por Lusa

Economia

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Os analistas justificam a revisão em baixa com o facto de o resultado do primeiro semestre "ter ficado aquém do esperado" obrigando a reavaliar a estimativa, "de 1,2% para 1,0%, voltando agora a rever-se em baixa em 0,1 pontos percentuais, para 0,9%, um valor inferior aos 1,0% admitidos pelo Governo" no Orçamento do Estado para 2015 apresentado na quarta-feira.

Para o segundo semestre, a expetativa é de que "a economia acelere", acompanhando a tendência da zona euro, a melhoria da confiança dos consumidores e dos empresários e "os efeitos positivos que a redução da taxa de desemprego iniciada no segundo trimestre de 2013 terão na revitalização da procura interna".

O estudo refere também condicionantes ao crescimento, incluindo a política orçamental e as condições de financiamento restritivas e "a instabilidade em torno do Grupo Espírito Santo, que tem vindo a provocar perdas nos ativos financeiros portugueses, diretamente nas ações do BES e indiretamente nas ações da maioria das empresas portuguesas, mas também sobre as obrigações de dívida pública, que viram o seu 'spread' alargar-se face à dívida alemã".

O Montepio observa que, apesar da descida do desemprego, a taxa continua a ser "elevadíssima historicamente", sendo um dos principais constrangimentos para a economia portuguesa.

Face ao desagravamento do desemprego no segundo trimestre de 2014, os analistas reviram as suas previsões em baixa, apontando agora para uma taxa de desemprego de 14,3% para 2014 (16,2% em 2013) e prevêem uma redução para cerca de 13,6% em 2015 (dois pontos percentuais acima das expetativas do Governo).

Em termos de inflação, as previsões do Montepio apontam para um valor em torno de 0,0%, "o segundo mais baixo desde que existem registos", admitindo uma aceleração para 1,0% em 2015.

"A manutenção de pressões inflacionistas internas e externas muito reduzidas, num quadro de recuperação moderada da economia mundial e de continuação do processo de ajustamento da economia portuguesa, deverá determinar um crescimento marginal dos preços dos bens e serviços não energéticos em 2014", justifica o documento.

A nível do mercado de crédito, a procura subiu ligeiramente nas empresas durante o segundo trimestre, mas estagnou nos particulares, com expectativas de estabilização da procura no terceiro trimestre "em ambos os segmentos".

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