Carlos Costa diz que falta na UE "poder forte" e eficaz
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou hoje que falta na União Europeia (UE) um "poder forte" e eficaz em termos de rapidez de reação e capaz de se sobrepor à soma das partes.
© Reuters
Economia Governador
Falando em Lisboa durante uma iniciativa juvenil internacional, organizada pelo Banco de Portugal, Carlos Costa lembrou que a UE "tende a reagir só quando mais de metade dos seus membros, sobretudo os mais fortes, estão convencidos de que devem reagir".
"Há uma perda de tempo enorme entre a colocação do problema e a reação", disse.
Para Carlos Costa, falta assim "um poder forte", "central" e "legitimado", que seja capaz de se sobrepor, no plano da rapidez de reação e também que seja capaz de se sobrepor à leitura das partes.
"Todos sabem que o todo é maior do que a soma das partes, mas ninguém pratica isto", sublinhou Carlos Costa, considerando que se trata do "grande desafio que se coloca à União Europeia".
Para o responsável, este é um processo que será demorado e implicará "sangue, suor e lágrimas", mas "há todas as razões para se ser otimista".
Sobre a Comissão Europeia, o governador do Banco de Portugal assume ter uma "visão muito radical", pois considera que esta deve ser revista na sua estrutura.
Carlos Costa defende assim na Comissão Europeia "uma espécie de conselho superior", "que dê a cara" e onde todos os Estados-membros têm que estar representados de forma a criar-se "efetivamente um executivo muito mais pequeno e coeso que seja um reflexo da maioria no parlamento".
Durante a conferência, dirigida a jovens, Carlos Costa lembrou ainda que a União Europeia é um processo "em construção permanente" e considerou "estar fora de questão" limitar a movimentação das pessoas dentro dos Estados-membros.
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