Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e Energia não concorda com a decisão do Governo de aplicar taxas de carbono através da chamada fiscalidade verde.
Na opinião do ex-governante, esta medida está a “aproveitar o fundamentalismo do ministro Moreira da Silva para sacar mais algum aos contribuintes”.
“À pala do termo fiscalidade verde, que é simpático – as pessoas gostam do verde – saca-se mais algum”, atirou em declarações ao Dinheiro Vivo.
O presidente do BIC Portugal disse ainda que “Moreira da Silva não sabe nada de energia, não tem política energética e está atrelado ao fundamentalismo ambiental”.
Mira Amaral relembrou que Portugal emite apenas 0,16% do dióxido de carbono emitido em todo o mundo e, por isso, “é perfeitamente quixotesco que sejamos nós, em Portugal, com uma economia que esteve quase em falência, em que foram as empresas que conseguiram salvar isto, acabando com o défice externo, a avançar”.
“É perfeitamente contraditório e incoerente, totalmente idealista e de falta de senso ir arranjar uma taxa de carbono que vai penalizar as empresas”, acrescentou.
Em forma de conclusão, o antigo administrador não-executivo da Caixa Geral de Depósitos, explicou que “seria do mais elementar bom senso que nesta fase, ainda muito difícil da economia, evitassem honorar as empresas com uma taxa destas”.
“Não posso aceitar acriticamente este discurso de talibãs verdes”, concluiu.