Dívida nacional é superior à da Madeira e "não se sabe onde está"

O presidente do Governo da Madeira disse hoje o valor da dívida nacional é superior ao desta região, mas "não se sabe onde está", enquanto os investimentos feitos neste arquipélago "estão à vista".

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Lusa
11/12/2014 12:31 ‧ 11/12/2014 por Lusa

Economia

Jardim

"A [dívida] da República não se sabe onde está e a da Madeira está aí à vista", declarou Alberto João Jardim no plenário da Assembleia Legislativa madeirense, no encerramento da discussão do Orçamento e Plano Regional para 2015 (OR2015), aprovado na generalidade com os votos favoráveis do PSD e do deputado independente João Pedro Pereira e contra de todos os partidos da oposição (CDS, PS, PTP, PAN, PND, PCP, MPT e PCP).

O líder madeirense salientou que "a dívida [regional] representa 83% do PIB e a nível nacional é 130% do PIB".

Jardim justificou a realização da dívida da Madeira, que foi avaliada em 6,3 mil milhões de euros, com a necessidade de fazer o investimento e desenvolvimento do arquipélago, argumentando que "não havia outro caminho" e declarou:" Assumo tudo o que fiz à frente do governo regional".

"Insisto e repito que era o caminho certo. Se depois de trazermos este esforço ao nível de por a região com qualidade de vida que devia ter tido há anos e Estado português recusou, levando daqui [arquipélago] o que produzíamos, devia [a Madeira] agachar-se e fazer a vida do tristezinho ou impor-se", questionou.

O presidente do executivo opinou ainda que "o problema da Madeira é o colonialismo", criticou o programa de ajustamento imposto pela República, admitindo que a negociação com o atual Governo do PSD/CDS "está mais difícil porque nunca tinha lidado com uma direção nacional que trouxesse as questões pessoais para o meio da política".

Jardim salientou que o OR2015 tem como pilares a continuidade da política de rigor, a consolidação financeira sem prejuízo da economia, a continuidade da revitalização do mercado de trabalho e a solidariedade social, mencionando que as despesas sociais representam 53% do valor total inscrito na ordem dos 1,6 mil milhões de euros.

O chefe do executivo insular, visto que que já anunciou que vai pedir a demissão a 12 de janeiro ao representante da República, justificou a apresentação da proposta orçamental para o próximo ano, considerando ser "imprescindível para o aproveitamento dos fundos europeus".

Segundo o governante, também era necessário "aprovar este orçamento para não interromper as iniciativas em curso que vêm permitindo a descida do desemprego, nomeadamente a obras públicas", sendo igualmente "fundamental para a boa conclusão do programa de ajustamento, reconhecido pelo Governo português, a 'troika' e as instituições europeias".

Jardim sublinhou que este orçamento é também preciso para dar à Madeira "a necessária capacidade de negociação para o período que se segue", realçando que o seu adiamento obrigaria o novo governo a "viver de duodécimos durante alguns meses com consequências desastrosas".

O chefe do governo regional referiu também que "este orçamento prevê a conclusão das negociações dos contratos das Parcerias Público Privadas até final deste ano", informando que se tal não suceder, "o governo passará ao resgate dessas duas concessões (Via Litoral e Via Expresso)".

 

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