"Julgo que é cada vez mais notória a resistência que, principalmente o BdP, vem demonstrando na libertação de documentos", frisou o deputado coordenador do PCP na comissão de inquérito, Miguel Tiago, em conferência de imprensa no parlamento.
Os comunistas denunciaram hoje "obstáculos" de entidades nacionais e estrangeiras aos trabalhos da comissão, nomeadamente na recusa de documentos e elementos tidos pelos parlamentares como necessários para o seu trabalho.
Algumas entidades, afirmou Miguel Tiago, têm apresentado "manifesto desrespeito pela legislação que enquadra a sua atividade e pelo dever de colaboração".
No caso do BdP, os documentos têm sido libertados mediante uma "gestão aparentemente política" que banco central vai "fazendo dos assuntos", e muitas vezes chegam ao parlamento porque foram mencionados por alguém, seja na comissão de inquérito ou na comunicação social.
Na conferência de imprensa desta manhã o PCP traçou uma retrospetiva das cerca de 30 audições já realizadas na comissão parlamentar que analisa a queda do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".