Questionado sobre quais as condições que o BCE estará disposto a aceitar para apoiar os bancos gregos, Vítor Constâncio começou por recordar que o colateral aceite para conceder financiamento é que o país "tem de ter um 'rating' mínimo de investimento".
No caso de um país com 'rating' abaixo desde nível, ou seja, com dívida classificada como 'lixo', como é o caso da Grécia, essa regra é colocada de parte, "desde que o país esteja sob um programa de assistência da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI)", afirmou o vice-presidente do BCE, citado pela agência financeira Bloomberg.
"Por isso não vai haver surpresas, se descobrirmos que um país está abaixo desse 'rating e fora de um programa de assistência, de que essa exceção desaparecerá", afirmou Vítor Constâncio.
O antigo governador do Banco de Portugal afirmou ainda que estas regras do BCE "são públicas e conhecidas" e que "foram aplicadas a todos os países".
Também o governador do Banco da Finlândia e membro do Conselho de Governadores do BCE, Erkki Liikanen disse hoje que a autoridade monetária pode deixar de emprestar dinheiro à Grécia já em março, caso Atenas não prolongue o programa de assistência financeira.
"A extensão do programa da Grécia expira no final de fevereiro e alguma solução tem de ser encontrada, caso contrário não podemos continuar a emprestar", disse Liikanen à rádio pública finlandesa Yle.
O Governo da Grécia tem repetido a intenção de renegociar o programa de assistência com a 'troika' (Comissão Europeia, FMI e BCE), mas o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras (do partido anti austeridade de esquerda, Syriza), afirmou hoje que acabar com a austeridade não significa quebrar os compromissos assumidos, considerando estar para breve um acordo a nível europeu.