A ‘lista Lagarde’, com o nome dos clientes que escondiam as suas fortunas no banco HSBC, na Suíça, cometendo o crime de evasão fiscal, tornou-se conhecida em 2008, depois de ter sido entregue a Christine Lagarde, atual diretora do FMI e na altura ministra das Finanças francesa.
Desde então, vários países por toda a Europa tomaram medidas no sentido de punir os infratores e de fazer chegar aos respetivos cofres o montante relativo a impostos. Espanha recuperou 260 milhões de euros, Itália chegou aos 570 milhões e o Reino Unido aos 180 milhões.
Em Portugal, contudo, nenhuma atuação nesse sentido foi conhecida em todo este período, como dá conta o Jornal de Negócios desta terça-feira.
Este domingo, a lista de infratores chegou às mãos de um consórcio mundial de jornalistas, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), a quem foi entregue pelo jornal francês El Monde, e os efeitos estão a fazer-se sentir.
Sabe-se agora que Portugal está na 45.ª posição na lista de países que constam da informação divulgada, com um total de 969 milhões de dólares (855,8 milhões de euros) depositados no HSBC. Este valor foi depositado em 778 contas bancárias de 611 clientes, cuja identidade ainda não foi divulgada.
Ainda assim, contactado pelo Jornal de Negócios, o Ministério das Finanças continua sem dar a conhecer o que foi, eventualmente, feito no sentido de regularizar a situação (o documento diz respeito a contas abertas entre 1970 e 2006) ou qual será a sua atuação depois de a polémica se ter acentuado.