As Finanças abriram, em 2014, diversos inquéritos na sequência da consulta dos dados fiscais de Pedro Passos Coelho por parte de vários funcionários do Fisco.
Ao Jornal de Negócios, as Finanças revelaram que estes inquéritos já deram origem a 27 processos disciplinares. Mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos garante que este número chegará às centenas.
“As notificações estão a ser feitas todos os dias. Há muitos processos que podiam ter morrido logo na fase de inquérito, mas há uma fúria sancionatória da Autoridade Tributária e Aduaneira”, assegurou Paulo Ralha.
Estes processos disciplinares dizem respeito à consulta dos dados do primeiro-ministro que, na ótica do Fisco, foram injustificados e, por isso, os funcionários devem ser sancionados.
O sindicalista disse ao Negócios que há casos em que os trabalhadores do Fisco confessaram ter consultado os dados de Passos por curiosidade, mas há também casos em que os funcionários garantem não se lembrar de o terem feito ou até quem tenha acedido de forma indireta, através de inspeções cruzadas.
Paulo Ralha garantiu ainda que os funcionários são incentivados a investigar contribuintes que apresentem sinais exteriores de riqueza e que a proibição diz respeito à divulgação e não à consulta dos dados dos contribuintes.