João Duque apadrinhou, em 2013, o doutoramento ‘honoris causa’ de Ricardo Salgado, acusado de fraude no caso BES.
Em declarações ao jornal i, o antigo diretor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) mostrou-se arrependido por ter premiado “um escroque da pior espécie”. “Equivoquei-me em relação a uma pessoa”, admitiu.
Duque explicou que o nome de Ricardo Salgado tinha sido aprovado pelo Conselho Científico em 2011, numa iniciativa da faculdade para celebrar o centenário. “Ele [Ricardo Salgado] foi aluno do ISEG e sempre apoiou e ajudou a escola. Era uma pessoa bem vista”, explicou.
Questionado sobre a falência do Banco Espírito Santo, o professor catedrático acredita que foi resultado de um problema de supervisão por parte do Banco de Portugal. “Tivemos administrações do Banco de Portugal demasiado tolerantes quando era preciso ter lá um mastim”, disse.
Para João Duque a resolução passa por “realizar a supervisão dos principais bancos fora de Portugal”, onde “ninguém conhece o primo, a prima ou o periquito”.
“Nós temos o problema da dimensão e da intimidade, somos pequenos, e as pessoas não sabem separar as coisas. Mas em Frankfurt ninguém ia querer saber sobre quem era Ricardo Salgado”, concluiu.