"Eu acho que ele [António Brigas Afonso] fez bem em ter apresentado a sua demissão, porque o Governo nunca admitiria que uma lista dessa natureza ou um procedimento desta natureza pudesse existir na Autoridade Tributária e parece-me muito bem que o senhor diretor-geral tenha assumido essa responsabilidade, porque foi ele que informou o Governo da não existência desses procedimentos", declarou o primeiro-ministro.
Passos Coelho, que falava aos jornalistas num hotel em Loulé, à margem da conferência que assinala os 45 anos da Região de Turismo do Algarve (RTA), disse ainda que mantém a confiança política em Paulo Núncio.
"Não vejo nenhuma razão para pôr em dúvida a posição do senhor secretário de Estado, uma vez que o Governo não teve qualquer interferência neste processo".
O diretor-geral da Autoridade Tributária (AT) reafirmou que não existe uma lista VIP de contribuintes e justificou a demissão por não ter informado a tutela sobre procedimentos internos que podem ter criado a perceção de que essa lista existia.
Aquele responsável afirmou também hoje que a sua demissão se destina "a proteger a instituição e os funcionários", adiantando que estavam a ser ponderadas novas medidas de proteção de dados na AT, mas que não chegaram a ser implementadas.