A Espírito Santo Saúde e o Grupo Mello foram favorecidos pela Câmara Municipal de Lisboa no que diz respeito à venda e compra do ‘triângulo dourado’ em Alcântara e dos terrenos do Hospital da Luz.
Quem o diz é o deputado municipal do Bloco de Esquerda em Lisboa que começou por afirmar, em declarações ao Público, que os “planos de pormenor e os planos de urbanização são adaptados de forma a corresponderem às expectativas dos interessados nos terrenos”.
“A Espírito Santo Saúde e o Grupo Mello, que começam por manifestar interesse num determinado lote, registam esse interesse junto da câmara, a câmara procede à revisão dos instrumentos de gestão territorial que regem a utilização desse espaço para os adaptar às ambições desses grupos, aprovados, depois cria uma hasta pública para vender esses terrenos e em ambos os casos aparece um único comprador que compra pelo valor de um euro acima da base de liquidação”, explicou o bloquista.
Ora, para Ricardo Robles, esta situação “não é de todo transparente”, pois “não é razoável construir-se e pensar-se a cidade em função destes interesses” e, por isso, assegurou, “há um favorecimento”.
“O urbanismo deve ser feito a pensa na cidade, nas pessoas. Naturalmente que tem de ter em conta quem vai investir, mas não pode ser orientado para esses interesses”, rematou.