Proteste considera "lesiva" remuneração de 0% nos depósitos

O economista António Ribeiro, da Proteste Investe, considerou hoje de "bastante lesiva" a remuneração de 0% dos depósitos a prazo para os aforradores, aconselhando que estes procurem novos investimentos a médio/longo prazo de forma a não perderem dinheiro.

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© Reuters

Lusa
23/03/2015 14:16 ‧ 23/03/2015 por Lusa

Economia

Banca

Em declarações à agência Lusa, António Ribeiro considerou que a medida vai fazer com que os portugueses conhecidos por "aforradores bastante cautelosos" vão "perder poder de compra" com os chamados depósitos normais.

De acordo com uma notícia hoje publicada no Jornal de Notícias, os depósitos a prazo estão cada vez menos convidativos para os clientes, com os bancos a pagarem cada vez menos para se financiarem junto do Banco Central Europeu (BCE).

Segundo a notícia, Banif, BPI e o Novo Banco são, para já, os três bancos com depósitos a zero por cento, salientando que, nos preçários de março, várias instituições bancárias voltaram a descer as remunerações que estão dispostas a pagar para que os clientes depositem o dinheiro nos seus cofres.

António Ribeiro lembrou que se trata de uma "tendência de mercado", avançando que todos os bancos nacionais estão a "acompanhar as taxas de juro do mercado", sendo que a Euribor está a níveis "historicamente baixos, os mais baixos até", sublinhou.

"A taxa de juro acaba por acompanhar a taxa Euribor que é um indicador", frisou.

O economista lembrou ainda que a comissão mínima permitida para os depósitos de curto prazo pelo Banco de Portugal é de zero por cento, reconhecendo que o que acontece é que através de comissões cobradas pelos bancos os clientes acabam "por pagar mais do que aquilo que recebem se o dinheiro estiver aplicado".

Para o futuro próximo António Ribeiro avança que os bancos podem vir a propor outros produtos de investimento às pessoas, "supostamente mais rentáveis", como seguros de capitalização ou planos mutualistas.

No entanto, o economista adverte para que os consumidores tenham em atenção que apesar de lhes ser dito que são produtos semelhantes ao depósito, mas com rendimento superior, de facto não o são.

"O rendimento até pode ser, mas não são as condições, assim como a liquidez e segurança. Os depósitos têm o fundo de garantia que o protege, os outros produtos não estão ao abrigo desse fundo", advertiu.

Para quem tem poupanças e não quer arriscar muito, António Ribeiro reconhece que, apesar de não existirem muitas alternativas, as pessoas podem procurar alternativas, que podem passar por abertura de uma conta num novo banco ou então os certificados do tesouro poupança +, que apesar de a sua remuneração ter descido, podem ser ainda uma alternativa já que o rendimento é de 1,6% ao ano se mantiver durante 5 anos.

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