Na semana em que foi apresentado no Parlamento o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES, há algo que é de lamentar, segundo Luís Marques Mendes.
“É absolutamente inexplicável que, ao fim de oito meses, não haja um único arguido no caso BES”, lamentou o antigo líder do PSD, certo de que “o Ministério Público não tem agido bem e que deve uma explicação aos portugueses”. Até porque, “se entretanto não se atua, um dia destes não há património”.
Em relação ao relatório, Marques Mendes congratula-se com o facto de “estar bem feito e de não ser partidário”, como acontece habitualmente.
Contudo, na sua perspetiva, “não tem novidade e deixa um pouco a desejar, por ser excessivamente longo – é só mesmo para entendido ler –, e muito politicamente correto e pouco conclusivo – para desagradar o mesmo possível”.
Uma das principais críticas prende-se com a extensão das recomendações. “São 66. Quando tudo é prioritário acaba por não haver prioridade nenhuma. Eu sou mais pão-pão, queijo-queijo, gostava de escolher 10 ou 12”, admitiu.
Mas há, entre todas as recomendações, uma que Marques Mendes destaca e que diz respeito aos lesados pela compra de papel comercial do GES nos balcões do BES. No relatório preliminar sugere-se que sejam ressarcidos aqueles que foram lesados propositadamente.