Morango estanca emigração em São Pedro Velho de Mirandela

A produção de morango tornou-se numa imagem de marca de São Pedro Velho, uma aldeia de Mirandela, no distrito de Bragança, impulsionada por antigos emigrantes sazonais que estão a afastar outros conterrâneos do mesmo destino.

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© Reuters

Lusa
24/04/2015 13:08 ‧ 24/04/2015 por Lusa

Economia

Produção

Entre abril e novembro, cinco produtores dão trabalho praticamente diário a uma média de "50 a 60 pessoas" e comercializam cerca de 100 toneladas de morango por ano com um valor aproximado de 150 mil euros, numa aldeia com 200 habitantes.

Os dados foram avançados à Lusa por Carlos Pires, presidente da junta de freguesia que há sete anos promove uma feira em torno deste produto e que no fim de semana de 09 e 10 de maio leva à aldeia milhares de forasteiros à "procura do morango" e de outros atrativos locais.

Tudo começou há um quarto de século com dois dos muitos casais que iam para França fazer as campanhas da apanha do morango com contratos sazonais.

O autarca contou que resolveram apostar nesta cultura na própria terra e fizeram do morango um negócio com venda garantida para o comércio transmontano, para Espanha, e a conquistar grandes superfícies instaladas na região.

O presidente da junta destacou a "importância desta produção na economia local e empregabilidade".

O morango "sai quase diariamente e os produtores empregam uma média de 50 a 60 pessoas e têm de recorrer a aldeia anexas", como indicou.

"Isso faz com que essas pessoas já tenham um planeamento anual e sabem que vão trabalhar, o que as afasta da emigração", vincou.

O fruto ganhou dimensão e surgiu a ideia de divulgar ainda mais este produto com a Feira do Morango.

Na edição anterior, venderam-se "oito toneladas de morango em dois dias" entre os 50 expositores que apresentam também outros produtos locais, como o vinho.

O programa do evento dá ainda a conhecer outras potencialidades da aldeia, nomeadamente num passeio pedestre "à procura dos morangos" que começa num forno comunitário, onde se cozem os típicos doces económicos e pão.

Ao longo do percurso, feito no ano passado por 200 pessoas, dá-se a conhecer monumentos e a paisagem, e o processo de produção do rei na festa com paragem num morangal, onde os participantes podem colher e levar uma caixa do fruto.

No regresso à aldeia, nova paragem numa plantação de framboesa onde os espera o pão e os doces confecionados no forno da aldeia.

No recinto da feira há espaço para as crianças e um restaurante típico, além de animação e expositores ligados ao ensino, nomeadamente a Escola de Turismo que fará demonstrações de culinária com o produto em destaque.

O morango contagiou a aldeia, onde nas casas são visíveis vasos com morangueiras ou carretas que vão também enfeitar a feira.

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