De acordo com o Relatório de Atividade e Contas de 2014, hoje divulgado, o resultado líquido de 2014 foi de 304 milhões de euros, tendo-se situado 51 milhões de euros acima do registado em 2013, um desempenho que se deve essencialmente ao acréscimo dos resultados realizados em operações financeiras e a redução dos prejuízos não realizados.
Os lucros do Banco de Portugal permitiram a distribuição de dividendos ao Estado de 243 milhões de euros relativos ao ano passado, valor que compara com os 202 milhões distribuídos em dividendos de 2013, sendo o dividendo líquido de IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas) de 191 milhões de euros.
Este valor de dividendos a distribuir relativamente ao exercício de 2014 está acima do montante médio entre 2007 e 2014, uma vez que, naquele período, foram distribuídos 196 milhões de euros por ano, em média.
Isto quer dizer que, entre o pagamento de IRC e os dividendos pagos ao acionista Estado, em 2014, o Banco de Portugal entregou aos cofres públicos 372 milhões de euros pagos pelo banco central: 129 milhões de euros a título de IRC e 243 milhões em dividendos.
Em 2014, as operações financeiras permitiram um encaixe de 216 milhões de euros, sendo que, em 2013, estas operações tiveram um contributo negativo de 119 milhões de euros para os resultados líquidos do banco central nesse ano.
No ano passado, a instituição liderada por Carlos Costa reforçou as provisões para riscos gerais em 245 milhões de euros, tendo 3.567 milhões de euros alocados a esta rubrica no final do ano passado.
Em 2013, o aumento das provisões para riscos gerais face ao ano anterior foi inferior, de apenas 130 milhões de euros, para um total de 3.322 milhões de euros.
No final de 2014, o balanço do Banco de Portugal ascendia aos 105.608 milhões de euros, menos 5.984 milhões de euros do que em 2013, uma redução que se deveu ao "significativo decréscimo" do montante de cedência de liquidez nas operações de política monetária, de 47.864 milhões de euros em 2013 para os 31.191 milhões de euros no ano passado, o que reflete "as menores necessidades de refinanciamento do sistema bancário nacional" junto do Eurosistema.
As reservas de ouro do Banco de Portugal não apresentaram "qualquer variação em termos de quantidade", que se manteve nas 382,5 toneladas em 2014.
No entanto, estas reservas ganharam valor no ano passado, estando avaliadas nos 12.147 milhões de euros, um aumento de 13,4% face ao seu valor em 2013, uma diferença explicada com a evolução positiva da cotação do ouro.
Quanto aos gastos administrativos, em 2014, o Banco de Portugal teve uma despesa de 172 milhões de euros nesta rubrica, ou seja, um aumento de 1,4% face a 2013 em termos comparáveis.
O número de trabalhadores do banco central aumentou 2,5% no ano passado, para os 1.776 milhões de euros no final de 2014, justificando a instituição de Carlos Costa este aumento com a necessidade de responder às "novas atribuições de regulação e de supervisão" do Banco de Portugal.
Apesar de o número de trabalhadores ter aumentado em 2014, os gastos com pessoal cifraram-se nos 115 milhões de euros, uma diminuição de 2,2% face ao ano anterior e numa base comparável.