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"Sem crescimento não há solução para problema de nenhum"

A ex-líder social-democrata analisou esta noite, na TVI 24, a proposta ontem apresentada por António Costa da redução do IRS. Manuela Ferreira Leite defendeu que esta via, a via do consumo, tem “efeitos imediatos”.

"Sem crescimento não há solução para problema de nenhum"
Notícias ao Minuto

22:58 - 07/05/15 por Notícias Ao Minuto

Economia Manuela Ferreira Leite

Manuela Ferreira Leite analisou esta noite a proposta apresentada ontem por António Costa de uma redução da taxa de IRS cobrada. Sem saber pormenores sobre como poderá esta medida concretizar-se, a comentadora e ex-ministra, considerou que “será uma boa notícia para os portugueses”.

Defendendo que existem poucos meios para aumentar o rendimento disponível que não uma redução de impostos, Ferreira Leite disse que esta será uma boa forma de conseguir impulsionar a economia num primeiro momento, até porque, como é sabido, durante os últimos anos, Portugal tem uma carga fiscal elevada.

“Quando se pensa que o crescimento económico deve passar a ser conduzido através de uma prioridade do aumento do consumo, não abdicando das exportações e investimento, mas lançando como motor de desenvolvimento o consumo, não tendo qualquer Governo qualquer instrumento para aumentar salários, a não ser na Função Pública, só se poderá aumentar o consumo através de uma redução de impostos”, defendeu a social-democrata.

Ferreira Leite referiu ainda ser a favor de uma redução de impostos e não que se mexa na TSU. “Aquilo que o Estado tem de fazer para dar mais rendimento disponível às famílias tem de ser através da redução de impostos. Não deverá ter mais nenhum instrumento. A redução de impostos está facilitada pelo facto de estarmos há anos sobre uma carga fiscal que é pesada”.

Porém, a redução da receita fiscal tem riscos, que, porém, podem ser contrariados uma vez que um aumento de rendimentos, explica, num país com salários baixos, tenderá a fazer crescer o consumo, o que terá impactos económicos praticamente imediatos.

“Há aqui riscos. Uma redução da carga fiscal tem efeitos orçamentais. Nós estamos perante dois modelos de crescimento que ninguém renega. Sem crescimento não há solução para problema de nenhum. Ou vamos pela via do aumento do consumo [ou fazemos uma] tentativa de crescimento da economia por via das exportações ou investimento”, sistematizou.

Estes dois modelos são os preconizados pelo PS – consumo – e pela atual maioria – investimento e aumento das exportações, e devem ser a base do projeto político a apresentar pelos respetivos partidos aos portugueses.

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