"Aliás, é pertinente sublinhar que Angola e Moçambique ainda não adotaram as normas do novo acordo ortográfico, o que pode vir a causar dificuldades nas exportações para esses países", realçou fonte do grupo editorial.
O grupo editorial LeYa, questionado também pela Lusa sobre a mesma matéria, afirmou que mantém a posição assumida há seis anos quando o novo Acordo entrou em vigor: "Todos os [seus] livros são publicados com a nova grafia, exceto nos casos em que os autores desejem manter a grafia anterior ao acordo [de 1990]".
Questionados os dois grupos livreiros sobre um apoio do Estado para a reconversão tecnológica, por causa da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, como chegou a ser referido por responsáveis governamentais, a Porto Editora afirmou que "não teve qualquer tipo de apoio".
"Todo o esforço de adaptação foi feito com investimento próprio, incluindo o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para esse efeito - lembro, por exemplo, que tomávamos a iniciativa de desenvolver um conversor que colocámos 'online', para uso gratuito de todos os que queiram converter para a nova grafia palavras ou mesmo textos, pondo assim a nossa competência técnica ao serviço das comunidades de língua portuguesa", realçou fonte do grupo que congrega cerca de 30 editoras e chancelas, incluindo uma editora em Moçambique e outra em Angola.
Sobre esta questão o Grupo LeYa, que congrega cerca de 20 editoras e chancelas, e tem editoras em Angola, Moçambique e Brasil, não se pronunciou.
O Grupo Porto Editora usa a nova ortografia desde o primeiro trimestre de 2011, "na sequência de o Ministério da Educação da altura ter definido a obrigatoriedade de aplicar o Acordo Ortográfico na edição escolar", área em que este grupo é líder, assim como na área dos dicionários.
Todavia, "em relação à literatura, temos respeitado as opções dos autores, ou seja, publicamos com a ortografia anterior se tal for indicado pelos autores", esclareceu fonte do grupo Porto Editora, fundado há 70 anos.