À margem de uma cerimónia na Embraer, em Évora, e questionado pela agência Lusa a propósito do processo de privatização da TAP, Paulo César Silva, disse que "essa questão já tem alguns anos" e que "seria muito bom para o país" ter "uma empresa aérea eficiente".
Segundo o responsável do setor da Aviação Comercial da construtora aeronáutica brasileira, a Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) "já é bastante eficiente", mas "ainda tem espaço para ter novos desenvolvimentos".
Sobre os dois candidatos à compra da TAP que passaram à fase negocial, por decisão do Governo, na quinta-feira, Paulo César Silva escusou-se a comentar as propostas.
Ainda assim, defendeu, "acho que os jatos da Embraer cairiam muito bem na TAP" e poderiam "ajudar a TAP a ser uma empresa ainda mais eficiente".
O CEO da Embraer Aviação Comercial falava à Lusa à margem da iniciativa Paris Airshow Media Day, que a empresa brasileira costuma promover para os jornalistas antes de cada edição do salão aeronáutico em Le Bourget, na área da capital francesa e que este ano decorre de 15 a 21 de junho.
O encontro com jornalistas contou também com a participação do CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, e, pela primeira vez, decorreu em Évora, onde a empresa tem duas fábricas (de estruturas metálicas e de materiais compósitos) e um centro de engenharia e tecnologia.
O Governo português decidiu, na quinta-feira, em Conselho de Ministros passar dois candidatos à compra da TAP à fase de negociação, afastando o consórcio de Miguel Pais do Amaral e continuando a negociar com Gérman Efromovich e David Neeleman.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirmou, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, que o relatório da Parpública decidiu afastar a proposta da Quifel, de Pais do Amaral, "por não cumprir os requisitos legais".
O Conselho de Ministros decidiu mandatar os secretários de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e do Tesouro, Isabel Castelo Branco, para avançarem com as negociações junto dos outros dois consórcios, sempre com a Parpública incluída.
A proposta de Gérman Efromovich, dono da operadora aérea Avianca e do grupo Synergy, inclui a entrega de 12 novos aviões Airbus após a transferência das ações da companhia e a renovação da frota da Portugália com aviões Embraer até 2016, sendo que o empresário propõe recapitalizar a empresa em 250 milhões de euros, segundo informações avançadas pela imprensa.
David Neeleman, patrão da companhia aérea brasileira Azul e que está em parceria com Humberto Pedrosa, do grupo Barraqueiro, promete reforçar a TAP com 53 novos aviões e investir 350 milhões de euros.