Além do problema do desemprego, Portugal vive um outro mal: “o mau emprego”. A perspetiva é do investigador Jorge Caleiras, para quem é fundamental o Estado apostar na regulação, para que não se gere mais desemprego.
O autor do livro ‘Para lá dos números - As consequências pessoais do desemprego’ entende que existe atualmente um “emprego desqualificado, precário, mal remunerado, sem proteção social associada e que os salários recebidos muitas vezes não chegam para cortar com este ciclo de pobreza”.
“O desemprego, em pouco mais de dez anos, mais do que quadruplicou. Isto devia causar alguns calafrios a quem for dotado de sensibilidade mínima. Quanto a mim, confesso que os senti”, assumiu o quadro superior do Instituto de Segurança Social, que acusa o Estado de não saber ser a “locomotiva para puxar” pela economia e pelo investimento.
“Não há soluções mágicas. O crescimento económico é que vai criar emprego e para haver crescimento tem que haver investimento, tanto privado quanto público. O Estado recua no momento em que pede mais ajuda” aos portugueses, entende o investigador.