"Foi um movimento agressivo projetado para aterrorizar o Governo (...) sem entender que o Governo grego não pode ser aterrorizado", disse Yanis Varoufakis ao diário Proto Thema.
A Comissão Europeia apresentou durante a semana passada em Atenas um documento de cinco páginas de medidas de poupança, incluindo, em particular, um aumento do IVA e cortes nos salários e pensões.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro Alexis Tsipras já tinha classificado as propostas dos seus parceiros europeus como "absurdas" e explicou que Atenas não aceitaria um acordo que não incluísse a reestruturação abismal da dívida do país.
"O documento apresentado ao primeiro-ministro está no limite do insulto", acrescentou Yanis Varoufakis.
"Precisamos de reformas, de reestruturação da dívida e de investimento (...) se não temos os três em conjunto não vamos assinar", alertou o ministro das Finanças.
Atenas adiou o pagamento de 300 milhões de euros em dívida para com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada e decidiu pagar a restante dívida de uma só vez no final do mês.
O Governo grego deve, portanto, conseguir 1,6 mil milhões de euros em três semanas, e que deverá passar por um acordo com seus credores, principalmente o FMI e a União Europeia.
Se a Grécia não honrar estes pagamentos até 30 de junho, entrará em incumprimento e com a ameaça de uma saída da zona do euro.
Os gregos, o FMI e a União Europeia travam uma batalha há semanas para que seja implementado um plano austeridade, que determina a a poupança de 7,2 mil milhões de euros, o remanescente que teria de ser pago no outono de 2014, como fazendo parte do plano de assistência internacional implementado em 2010.
Os ministros do partido Syriza acreditam que o primeiro-ministro deve convocar eleições antecipadas, em vez de aceitar as medidas de austeridade impostas pelos credores a Atenas.
"Não acho que haja muito espaço para um acordo positivo com os credores (...) porque eles têm intenção de submeter" a Grécia, disse por sua vez o ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, ao jornal To Vima.
"Eles querem esmagar o país socialmente e humilhar o Governo", acrescentou.
Muitos dos compromissos de reforma que estas instituições reivindicam vão contra o que Alexis Tsipras prometeu na campanha eleitoral e contra as intenções mais radicais de alguns membros do seu partido.
Sem progressos, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, recusou-se a falar com o primeiro-ministro grego e encontrou-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o Presidente francês, François Hollande, no final da tarde.
A situação na Grécia vai ocupar grande parte da discussão na Cimeira do G7 na Alemanha, que começa hoje.