Os bancos estão a baixar os spreads do crédito à habitação, mas desengane-se quem acha que tal é sinónimo de menos custos no ato de comprar e manter uma casa.
Escreve o Diário Económico que, se por um lado os spreads baixam, o valor cobrado pelos bancos em comissões não para de aumentar.
A taxa de juro nominal (TAN), que inclui apenas o spread, atingiu em abril um valor mínimo não registado desde 2010: caiu 2,73% para 2,45%.
Já a taxa de juro global (TAEG) – inclui spread, indexante, despesas de cobrança, comissões, seguros e impostos – aumentou para 3,54% em abril, face ao mês de março.
Este aumento nas comissões vem assim contrariar e compensar a tendência de redução dos spreads que levou, nos primeiros quatro meses do ano, a um aumento de 50% nos empréstimos bancários.
Segundo o Jornal de Negócios, que cita dados do Banco de Portugal, entre janeiro e abril os bancos emprestaram um total de 992 milhões de euros, quando no mesmo período do ano passado o valor havia ficado pelos 669 milhões.
Na opinião da economista-chefe do BPI, este aumento no valor emprestado é uma consequência do facto de os “bancos terem vindo a tornar as condições de financiamento mais atrativas, menos exigentes, descendo os spreads praticados”.
Dos 13 bancos que atuam em Portugal, o Negócios refere que seis oferecem spreads abaixo dos 2%.