"Situação da Grécia é preocupante, mas não podem ser abertas exceções"

O Presidente da República reconheceu hoje que a situação na Grécia é uma preocupação, mas sublinhou que há procedimentos a seguir e que não podem ser abertas exceções para nenhum país.

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Lusa
15/06/2015 11:58 ‧ 15/06/2015 por Lusa

Economia

Cavaco Silva

"A situação na Grécia é uma preocupação para todos os países na União Europeia, atendendo à interdependência e interligação entre os sistemas financeiros e entre as economias", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo búlgaro, realizada esta manhã em Sófia, na Bulgária, no primeiro dia de uma visita de Estado àquele país.

Admitindo que Portugal "gostaria fortemente que a Grécia continuasse a pertencer à zona do euro" e tem ainda esperança que as negociações permitam que os gregos continuem a utilizar o euro como a sua moeda, Cavaco Silva ressalvou que "há regras que não podem deixar de ser respeitadas".

"Num espaço tão integrado como é este da zona do euro, com uma moeda única, com um banco central único, com uma única política cambial há regras que não podem deixar de ser respeitadas, há procedimentos que todos têm de seguir e não podem ser abertas exceções para nenhum país", defendeu.

Respondendo a uma pergunta dos jornalistas portugueses sobre a situação da Grécia, depois da Comissão Europeia ter dado no domingo por encerradas as negociações, Cavaco Silva insistiu que a preocupação é neste momento de todos e não é apenas de um país em particular.

Contudo, acrescentou, Portugal "está hoje muito mais bem preparado do que há 12 ou 18 meses atrás para enfrentar qualquer desaire que ocorra num outro país na zona do euro".

O mesmo acontece, aliás, com a União Europeia no seu conjunto, pois foram criados instrumentos de apoio aos estados em dificuldade, foram reforçadas as regras da supervisão e existe um banco central europeu que está preparado para fazer as intervenções que forem necessárias para garantir a estabilidade da moeda única.

"Com certeza que todos os países seriam afetados nalguma medida se ocorresse um evento extraordinário que ninguém deseja, mas penso que - como tem sido afirmado por vários membros do espaço europeu - esses efeitos seriam atualmente muito limitados e conseguiam estar controlados, contando com a ajuda do banco central europeu", declarou.

O Presidente da República insistiu, contudo, que a Grécia tem de "convencer-se" que não pode ignorar a realidade.

"Espero bem que aproximando-se o final deste mês, em que chega ao fim o segundo programa de resgate, seja alcançada uma decisão, porque se isso não acontecer estamos confrontados com um problema extremamente sério, porque de acordo com as regras vigentes quando um país deixa de estar sujeito a um programa de ajustamento não pode mais continuar a beneficiar do apoio do banco central europeu ao seu sistema bancário", disse, fazendo votos para que "tão rapidamente" seja encontrado um entendimento.

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