No habitual comentário de Francisco Louçã na antena da SIC Notícias, o antigo líder do Bloco de Esquerda comentou a venda da TAP e da Carris e Metro.
Em relação à privatização da transportadora aérea, Louçã frisa que não são conhecidos os termos contratuais, adiantando que até já houve uma "surpresa" durante as negociações. "Já houve uma surpresa quando se soube que para a entrada de verbas a nova empresa iria vender aviões da TAP. Parece-me muito com histórias anteriores, em que o comprador pagava à empresa com o próprio dinheiro da empresa. Podemos perguntar então porque é que o Governo não fez o mesmo".
"Se a dívida da TAP não for paga vai ficar à responsabilidade dos contribuintes portugueses. A dívida é tutelada pela empresa, claro que se não pagar o Estado será chamado como avalista", explica.
Num tom ainda crítico indica que os "dez milhões de euros" oferecidos pelo consórcio Gateway, liderado por Humberto Pedrosa e David Neeleman, valem apenas um euro na realidade. "Dez milhões ou um euro é exatamente a mesma coisa", acrescenta.
O grupo espanhol Avanza ganhou esta sexta-feira o concurso de subconcessão do Metro de Lisboa e da Carris. Para Francisco Louçã esta venda foi muito mais rápida quando comparada à da TAP, mas "o que se percebe é que depois da tragédia que tem sido a degradação dos transportes públicos fez-se um contrato que não responde às necessidades da vida urbana".
"Temos uma grande empresa mexicana [Avanza] que agora ficará titular num contrato de oito anos num processo tira e queda. Creio que o maior risco é que não havendo alterações porque o contrato não o permite na lógica das carreiras que já é deficiente, creio que o ajustamento vai ser por despedimentos. Há então o perigo da diminuição da capacidade destas empresas. Isto pode levar a que tenham material mais velho", indica preocupado.