Domingues de Azevedo, bastonário da OTOC, faz acusações ao Governo pela forma como gere os impostos, ao dar com uma mão para tirar com outra.
Quando confrontado com a questão do combate à fraude e à evasão fiscal, o bastonário garante que “não tem havido tanto combate como tem sido divulgado”, garantindo que o Executivo tem necessidade “de mostrar trabalho feito”, o que faz com que estejamos “a ouvir uma série de barbaridades”.
Por outro lado, Domingues de Azevedo revela, em entrevista ao jornal i, que não é justo uma pessoa ver uma casa penhorada por dever 1.800 euros ao Estado. “Se o Estado não pagar 1.800 euros está impávido, sereno e nada acontece, mas se devemos 1.800 euros, ele [Estado] vai buscar a casa”, explica. Neste sentido defende uma máquina fiscal mais “coerente”, “rigorosa” e “acima de tudo" com "um conceito de justiça”.
“Este Governo tem usado o sistema de dar com uma mão e tirar com a outra”, afirma o bastonário, dizendo acreditar que “para o ano, na altura da entrega das declarações de IRS, vamos assistir a uma guerra civil”. Domingues Azevedo explica que pessoas com 70 anos não estão aptas para confirmar as faturas na internet e muitos dos contabilistas não o fazem.
No que diz respeito as faturas, o número continua a aumentar mas o bastonário considera que “é uma vergonha o que se passou e continua a passar”, revelando indignação em relação à oferta de um carro na ‘Fatura da Sorte’.
“Preferia que o Governo atribuísse um mérito a quem pede fatura. Porque não um crédito ou dinheiro? Em vez de pagar o carro porque não dar o dinheiro às pessoas?”, sugere o bastonário, que não percebe qual a razão de dar um carro a alguém que não sabe o que fazer com ele e muitas vezes apenas o quer vender.