O presidente do BES, Ricardo Salgado, regularizou um total de 26 milhões de euros que tinha no estrangeiro e que não havia declarado ao Fisco; rectificou o IRS de 2011 em mais de 8,5 milhões de euros, que recebeu como consultor em Angola; e pagou 2 milhões de euros de imposto gozando de taxas estipuladas nos Regimes Extraordinários de Regularização Tributária de 2005, de 2010 e de 2011.
Tudo isto, sublinhe-se, só foi possível graças a não um, não dois, mas a três perdões das Finanças, usufruindo de outros tantos planos lançados pelos Governos desde 2005, vocacionados para quem tem património escondido fora de Portugal.
Refira-se que entre 30 de Maio e Dezembro de 2012, o presidente do BES entregou três rectificações do IRS de 2011. Fonte próxima de Ricardo Salgado garante, porém, citada pelo Sol, que a situação fiscal do gestor é “completamente regular como pode ser comprovado junto das autoridades competentes”, acrescentando ainda que o responsável “cumpriu sempre, responsavelmente, as suas obrigações fiscais em Portugal e não está em situação de ‘fuga ao Fisco’ ou ‘evasão fiscal’”.
Ricardo Salgado, que foi também ouvido no âmbito da operação Monte Branco, que reporta a um mega processo de fraude fiscal e branqueamento de capitais, não foi considerado suspeito pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.