O presidente do BPI, Fernando Ulrich, é sobejamente conhecido pelo cunho provocatório que imprime às considerações que tece. Em Outubro do ano passado, o célebre ‘ai aguenta, aguenta’, reportando-se à capacidade do País em tolerar tamanha austeridade ditada pelo Executivo liderado por Pedro Passos Coelho, ainda hoje é lembrado e, tudo indica, continuará a ser.
Desta vez, questionado por um jornalista acerca da polémica expressão, Ulrich, sentindo-se beliscado, respondeu com uma outra não menos controversa: “Se os sem-abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos?”, cita o jornal i.
E, prosseguiu o responsável do BPI, “se você andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer”.
Ainda no mesmo registo, Fernando Ulrich voltou à carga, num esforço para justificar a primeira de todas estas declarações, que, por sinal, surgiu no âmbito de uma comparação entre Portugal e a Grécia. “Se os gregos aguentam uma queda do PIB de 25%, os portugueses não aguentariam porquê? Somos todos iguais, ou não?”, interrogou o presidente do BPI, deixando a pergunta no ar.