CGTP fala em aumento salarial para melhorar poder de comprar

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou hoje a OCDE por "invocar que a melhoria do poder de compra das pessoas se deve verificar pela política fiscal", defendendo o aumento dos salários para aumentar a produção.

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Lusa
14/07/2015 12:07 ‧ 14/07/2015 por Lusa

Economia

Arménio Carlos

"O aumento dos salários é determinante e a solução passa por aqui e não pela tese que ultimamente tem vindo a público, nomeadamente da OCDE, quando invoca que não deve haver aumentos de salários e que a melhoria do poder de compra das pessoas se deve verificar pela política fiscal, ou seja, pela redução da Taxa Social Única (TSU) para a Segurança Social", afirmou aos jornalistas Arménio Carlos, que esta manhã participou num plenário de trabalhadores da Eurospuma, em Espinho, distrito de Aveiro.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) recomendou na quinta-feira a Portugal a atribuição de um crédito fiscal (instrumento que permite reduzir os impostos pagos ao Estado para famílias com baixos rendimentos), considerando ser mais eficaz na redução da pobreza do que o aumento do salário mínimo, cuja subida prejudica o mercado.

Para o secretário-geral da CGTP, a melhoria do poder de compra dos trabalhadores e do rendimento das suas famílias "faz-se por três áreas", designadamente "criar mais e melhor emprego, estável e seguro e com direitos, promover o aumento geral dos salários e acabar com a sobretaxa de IRS de 3,5% e alargar os escalões do IRS".

"É por aqui que se pode distribuir melhor a riqueza", disse.

Arménio Carlos reiterou que "trabalhadores com melhores salários têm mais poder de compra e vão consumir mais, e a partir daqui as empresas vão produzir mais".

O responsável considerou que reduzir a Taxa Social Única (TSU) "é uma fraude", porque a Segurança Social (SS) "é um seguro que os trabalhadores têm e não tem nada a ver com a política fiscal".

ara Arménio Carlos, reduzir a TSU é ainda "uma forma de reduzir a capacidade financeira da SS, pondo em causa a sua própria sustentabilidade".

A OCDE considerou ainda que "um crédito fiscal dirigido às famílias de baixos rendimentos reduziria a dispersão de rendimentos, sem reduzir a procura de trabalho".

"Consideramos que não há aumento dos lucros das empresas sem aumento da produção, e quem promove a produção são os trabalhadores. É mais do que justo que essa riqueza seja distribuída de outra forma e que os trabalhadores sejam compensados com aumentos", sustentou Arménio Carlos.

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