"A propaganda oficial não faz produzir a agricultura portuguesa e não apaga fogos", disse à Lusa o responsável da CNA, que integra uma delegação que é hoje recebida em audiência pela ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas.
João Dinis lamentou que o ministério da Agricultura funcione "como um aparelho de campanha eleitoral, como se a agricultura fosse um oásis em que tudo vai bem" e criticou o facto de os estímulos ao setor estarem essencialmente direcionados para as grandes empresas.
"95% dos apoios destinados à agricultura vão para o agronegócio", reforçou, apontando as "grandes dificuldades" dos agricultores devido à baixa de preços na produção, como acontece com o leite.
Lembrou ainda que enquanto alguns jovens agricultores estão a iniciar a atividade, muitos mais estão a "desinstalar-se" e a abandonar as suas explorações.
Na reunião de hoje, a CNA vai apresentar à ministra um plano para prevenir os acidentes com tratores, que já provocaram a morte a cerca de três dezenas de agricultores este ano.
O objetivo é "combater esta tragédia nacional", embora João Dinis acredite que o plano só deverá avançar na próxima legislatura.
Os dirigentes da CNA querem ainda questionar a ministra sobre o processo de liquidação da Casa do Douro e sobre as implicações para a agricultura portuguesa do tratado transatlântico de comércio e investimento que está a ser negociado entre a União Europeia e os Estados Unidos (TTIP).