Na primeira entrevista televisiva protagonizada pelo novo secretário da Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves, o responsável lançou uma espécie de repto, quando confrontado com um hipotético mal-estar do CDS, partido da maioria parlamentar, face à sua nomeação. Franquelim Alves apelou então para que quem estivesse incomodado 'desse a cara'.
Ora, pode não ser uma resposta directa a esse apelo, mas certo é que o eurodeputado centrista, Nuno Melo, assume, em entrevista ao Diário Económico, que “não escolheria para o Governo ninguém que tivesse integrado as administrações do BPN/SLN (…), ainda mais quando há responsabilidades ainda a ser apuradas”.
Embora o político ressalve que este “é um ponto de vista estritamente pessoal”, acrescenta esperar que, no que diz respeito ao escrutínio judicial do caso BPN, “a culpa não morra solteira”.
Já no que concerne à saúde da coligação governamental, Nuno Melo garante que a mesma “está genericamente bem, em momentos muito difíceis”. Até porque, frisa, “de muitas vezes conseguem encontrar-se divergências num único partido, também é natural que haja desentendimentos numa coligação”.
O eurodeputado considera ainda que a reforma do Estado é fundamental, não obstante, deixa o alerta: “O Estado tem de ser mais claro e voluntarioso na forma como reduz essa despesa”, num contexto em que o “limite” da austeridade em Portugal “está a ser levado ao extremo”.