De acordo com um "documento de trabalho" sobre o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), hoje aprovado, por maioria, pelo executivo camarário, o município projeta intervenções nas áreas da reabilitação urbana, da mobilidade e da sustentabilidade e das comunidades desfavorecidas.
A autarquia fará um investimento direto da ordem dos 14 milhões de euros, caso todos os projetos que vai candidatar venham a ser aprovados e a merecer a respetiva comparticipação comunitária.
Cerca de seis milhões daquele investimento direto da câmara destinam-se a reabilitação urbana do centro histórico da cidade, para a qual está prevista, no âmbito do documento hoje aprovado, a aplicação de um montante global da ordem dos 18 milhões de euros.
Na área da reabilitação urbana, a comparticipação comunitária implica a criação de um fundo, para o qual a autarquia prevê contribuir com seis milhões de euros, participação que deverá ser acompanhada pela administração central -- através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) -- e por privados, com participações idênticas à da Câmara.
Para a generalidade dos outros projetos, a participação europeia ronda os 85%.
Entre as propostas que serão objeto de candidatura a fundos comunitários, contam-se, designadamente, intervenções nos bairros sociais do Planalto do Ingote, a criação de ciclovias e de interfaces de transportes, a reconversão do mercado D. Pedro V e a recuperação de carros elétricos, através da construção de uma linha, ligando as duas margens do Mondego, entre a Praça da Alegria e as Lajes, que também terá fins turísticos.
Votaram a favor do "documento de trabalho", apresentado pelo presidente da Câmara, Manuel Machado, os cinco eleitos da maioria socialista e os vereadores da CDU e do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), tendo três dos quatro eleitos da coligação PSD/PPM/MPT (um deles não estava na sala no momento da votação) optado pela abstenção.
Os sociais-democratas explicaram a sua abstenção com motivos essencialmente relacionados com o modo como o documento foi apresentado, defendendo que ele deveria ser debatido e melhor enquadrado com outros planos para a cidade, sublinhou João Paulo Barbosa de Melo.
Manuel Machado disse que as candidaturas de projetos do PEDU têm de ser apresentadas até 10 de setembro, embora seja admissível que o Governo venha a dilatar esse prazo até final do mês.
Embora não concorde com todos os projetos apresentados pela Câmara, duvidando nomeadamente do interesse e sustentabilidade do traçado da preconizada linha de elétricos tradicionais, o vereador José Augusto Ferreira da Silva (CpC), votou favoravelmente por entender que o município não pode perder a oportunidade de se candidatar a fundos europeus.
Idêntica foi a posição assumida pelo eleito da CDU, Francisco Queirós, que também voltou a questionar o interesse daquela linha de elétricos, que envolverá um investimento da ordem dos cinco milhões de euros.