Falhanço da venda do Novo Banco pode desequilibrar cofres do Estado
O Estado vai ter de emitir mais dívida pública ou recorrer aos depósitos da administração central se não conseguir vender o novo Banco até ao final do ano, alertou hoje a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
© Lusa
Economia UTAO
Na sua nota mensal sobre a dívida pública, a que a Lusa teve hoje acesso, a UTAO refere que "se encontra prevista uma receita com ativos financeiros para 2015 referente à amortização do empréstimo de 3,9 mil milhões de euros efetuado ao Fundo de Resolução no âmbito do processo de resolução do BES [Banco Espírito Santo]".
De acordo com os técnicos independentes que apoiam o parlamento, "caso tal não suceda, tornar-se-á necessário a emissão líquida de dívida pública ou a utilização dos depósitos de forma a satisfazer as necessidades líquidas de financiamento do Estado".
Este aviso da UTAO surge numa altura em que as negociações entre o Banco de Portugal e os potenciais compradores prosseguem ainda sem um resultado conclusivo e já depois de as negociações com os chineses da Anbang, que apresentaram a proposta que ficou em primeiro lugar, terem terminado sem acordo, segundo informou o banco central a 1 de setembro. Já hoje alguns órgãos de informação escrevem que a Fosun terá abandonado as negociações.
Na mesma nota, a UTAO refere ainda que as necessidades líquidas de financiamento do Estado nos primeiros sete meses do ano atingiram os 8,9 mil milhões de euros, acima dos 7,3 mil milhões previstos pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) para todo o ano.
Os técnicos notam que as necessidades de financiamento do Estado nos primeiros sete meses do ano ficaram também num " valor superior em 2,3 mil milhões de euros ao registado no período homólogo".
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