As ações já caíram 31,8 euros para 130,6 euros na Bolsa de Frankfurt (Alemanha), a maior queda desde 03 de novembro de 2008, sendo que esta situação coloca a empresa com uma desvalorização de 25% desde o início do ano, estando atualmente capitalizada em 65,3 mil milhões de euros.
O presidente do grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, lamentou no domingo ter "quebrado a confiança" dos seus clientes e do público em geral depois das acusações das autoridades norte-americanas de ter falseado a emissão de poluição de alguns modelos.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos e o Estado da Califórnia acusaram na sexta-feira a Volkswagen e a Audi de falsear as emissões de alguns dos seus veículos, pelo que emitiram uma chamada às oficinas de 482.000 automóveis.
A EPA disse, em comunicado, que o grupo Volkswagen utilizou, entre 2009 e 2015, um 'software' nos automóveis a gasóleo de quatro cilindros que evitava as regulações sobre as emissões, uma situação que o grupo alemão admitiu às autoridades.
Martin Winterkorn disse que a Volkswagen está a cooperar com a investigação norte-americana e, ao mesmo tempo, a fazer uma auditoria interna.
Na altura, o presidente da empresa disse estar "profundamente arrependido" por ter quebrado a confiança do público, sendo que a marca suspendeu as vendas dos modelos de carros envolvidos, que eram uma pedra angular dos esforços de Winterkorn para recuperar mercado nos Estados Unidos.
Segundo a legislação norte-americana, a multa para este tipo de infrações pode chegar aos 18 mil milhões de dólares, não estando de parte uma ação criminal. É que, segundo a EPA, durante a condução normal dos carros, o 'software' - conhecido como um "dispositivo manipulador" - iria poluir 10 vezes a 40 vezes os limites legais.
A estratégia da Volkswagen para o mercado norte-americano passava por vender carros a gasóleo com motores poderosos e poucas emissões, uma forma de ganhar quota, já que no ano passado as vendas nos Estados Unidos tinham caído 10% para 366.970 unidades.
Já na quinta-feira, as autoridades norte-americanas aplicaram uma multa de 900 milhões de dólares (795 milhões de euros) à General Motors relativamente a um defeito no sistema de ignição que afetou 2,6 milhões de carros e causou 124 mortes.