A Fed [Reserva Federal, o banco central norte-americano] publicou em meados de Dezembro um projecto de directiva destinado a reforçar as regulamentações exigentes impostas aos bancos e às organizações financeiras não bancárias estrangeiras presentes nos EUA, cujo activo consolidado ultrapasse os 50 mil milhões de dólares à escala mundial.
O objectivo do projecto é limitar os riscos que os estabelecimentos poderiam colocar ao sistema financeiro norte-americano, mas também forçar uma situação de igualdade perante a regulamentação financeira entre a banca norte-americana e a sua concorrência estrangeira em território dos EUA.
"Temos necessidade de medidas suplementares?", questiona Michel Barnier, para responder que a Comissão Europeia deve "trabalhar com a Fed, para alcançar uma abordagem que seja proporcional e cooperativa".
"Potencialmente, os grandes bancos internacionais colocam problemas", reconheceu Barnier, adiantando: "Porém, não estou totalmente convencido com a abordagem proposta".
As afirmações de Barnier constam de um documento com a alocução que deverá pronunciar numa instituição que pretende reforçar os laços euro-norte-americanos, o Atlantic Council.
"Parece-me que se afasta da cooperação entre parceiros internacionais, cooperação que me parece como absolutamente necessária", acrescenta-se no texto do antigo ministro francês dos Negócios Estrangeiros.
Para Barnier, o quadro do acordo internacional sobre as normas bancárias, designadas como Basileia III, assinado em 2009, deve bastar.