A dívida da TAP à banca continua a ser o grande obstáculo à privatização da companhia aérea portuguesa. Estado e consórcio Atlantic Gateway chegaram a acordo há várias semanas e a luz verde das autoridades portuguesas pareciam indicar uma rápida conclusão do negócio.
No entanto, a renegociação dos empréstimos bancários continua a apresentar dificuldades, devido ao ceticismo das instituições financeiras perante o plano dos novos donos. De acordo com o Jornal de Negócios, os objetivos apresentados por Humberto Pedrosa e David Neeleman são considerados muito ambiciosos pela banca, o que levou a uma menor abertura para a extensão dos prazos de pagamento de empréstimos.
Os vencedores da corrida à TAP pretendem alargar as maturidades em sete anos, uma possibilidade aceite por alguns bancos mas rejeitada por outros, que pretendem um reembolso antecipado. Pedrosa e Neeleman estão preocupados com a hipótese de o dinheiro usado para a recapitalização ser imediatamente reclamado pela banca, para cobrir parte dos 646,7 milhões de euros de dívida bancária da empresa de transportes aéreos.
A incapacidade de chegar a acordo com a banca é mesmo o único impedimento à conclusão do negócio entre Estado e Gateway, uma vez que a ANAC e a Autoridade da Concorrência já aprovaram a privatização.