Para a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), “tem sentido aumentar o salário mínimo”. Porém, tal “deve ser negociado por volta de setembro/outubro que é quando as empresas fazem os planos para o ano seguinte”.
As palavras pertencem ao dirigente da CCP Vieira Lopes, que em entrevista ao Diário Económico é perentório sobre esta questão: “Agora, [salário mínimo] de 600 euros a 1 de janeiro é absurdo”.
Vieira Lopes realça que em Portugal há “20% da população empregada a receber salário mínimo e uma taxa de mais 4% a 6% com escalões relativamente próximos”, razão pela qual considera haver uma “visão simplista” desta questão, que ‘esquece’ o que chama de “efeito de arrastamento”.
Diz ainda Vieira Lopes que não pode desvalorizar-se a concertação social, pois “seria negativo” que o valor começasse “a ser decidido por votação no parlamento”.
Sobre o impasse político em Portugal, o dirigente frisa que a CCP defende “que as eleições deviam ter sido antes do verão”, precisamente para prevenir dúvidas como as que se verificam atualmente na política portuguesa.
A CCP disse-o inclusivamente a Cavaco Silva, mas o Presidente da República acabou por optar por escolher o passado dia 4 de outubro como data das eleições.