A Agenda Portuguesa de Investigação e Inovação no Sobreiro e na Cortiça (Agenda 3i9), que é hoje apresentada em Lisboa, envolveu 81 investigadores e técnicos de 27 entidades e assenta em cinco planos funcionais: melhoramento do sobreiro, melhoria da produtividade, defesa contra pragas e doenças, qualidade da cortiça e ação territorial.
O acrónimo Agenda 3i9 reflete o horizonte temporal da intervenção: o curto prazo, correspondente a um ciclo produtivo de nove anos, e o médio prazo, correspondente a três ciclos produtivos de nove anos.
O documento destaca que esta fileira tem "características únicas para Portugal", mas apresenta também "algumas fragilidades decorrentes da sua concentração geográfica na bacia mediterrânica e da sua reduzida dimensão global".
Com a aprovação da Agenda 3i9, que será reavaliada no final de cada triénio "para redefinição do rumo e estratégia, ficam "definidas as bases para, de acordo com o protocolo de formalização do Centro e o compromisso assumido pelo Estado português, priorizar o acesso aos fundos comunitários".
O setor vinícola é o principal utilizador dos produtos de cortiça, mas a fileira "não se esgota neste segmento, existindo um conjunto de segmentos complementares que aproveitam os subprodutos da indústria da rolha natural e de champanhe, material reciclado e cortiça virgem", realça a A3i9.
Os montados de sobro, que sustentam a fileira da cortiça ocupam uma área de 2,1 milhões de hectares na região mediterrânica, principalmente no sul da Europa, cabendo a Portugal cerca de 737 mil hectares, segundo os dados do inventário florestal de 2006.
A Agenda 3i9 acrescenta que os montados "são ecossistemas estáveis, ricos e complexos" que constituem "uma barreira efetiva contra a desertificação" e "desempenham um papel chave em diversos processos ecológicos como a conservação do solo, a regulação do ciclo da água e o sequestro de carbono".