Cerca de 80 mil portugueses há meses sem salário em Angola
Crise do petróleo está na origem do atraso no pagamento dos salários.
© Reuters
Economia Construção
A crise do petróleo continua a afetar o negócio da construção civil em Angola, sendo já 80 mil o número de trabalhadores portugueses que se encontra a trabalhar naquele país mas sem receber salário. Muitos querem regressar a casa mas nem dinheiro para a passagem de avião têm, revela hoje o Jornal de Notícias.
Portugal é o segundo país com maior presença no mercado da construção africano sendo que do total de 5,3 mil milhões de euros faturados na área, dois mil são provenientes de Angola. Porém, o orçamento angolano foi feito numa altura em que o petróleo estava nos 76,5 euros. Agora está a 44 euros.
Na sequência desta crise, Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, confirma a situação de que cerca de 80 mil trabalhadores estarão sem receber em média há, pelo menos, três meses. Por isso, muitos que virão a Portugal pelo Natal já não pensam em voltar.
“Há 200 mil trabalhadores portugueses a trabalhar na fileira da construção em Angola e cerca de 40% têm entre dois e seis meses de salário em atraso”, afirma o sindicalista, que revela que a empresa Soares das Costa é umas que se encontra nessa situação.
Apesar disto, “as empresas continuam a manifestar confiança neste mercado”, refere Reis Campos, que diz acreditar que as autoridades angolanas não vão deixar passar esta situação imune e que algo farão para que as consequências desta conjuntura sejam minimizadas.
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