Dados divulgados pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) revelaram que o anterior governo gastou 30% da almofada financeira num mês, deixando pouca margem de manobra para o Executivo de Costa até ao final do ano.
Na ótica de João Duque, pode haver uma explicação para os dados divulgados. O economista levanta a hipótese de o Governo de Passos ter antecipado uma série de pagamentos para que a meta dos 3% do défice fosse cumprida.
No entanto, se esse não for o caso, a meta imposta a Passos não será alcançável. “É possível que os governos que cessam funções tivessem [contas] penduradas. Este dispêndio grande concentrado no final do mandato do governo anterior pode ser um conjunto de situações destas”, diz João Duque, na antenda da Rádio Renascença.
Refira-se que, só no mês de novembro, o Executivo de Passos gastou perto de um terço dos 945 milhões de euros que constituíam a almofada financeira para todo o ano. A maior parte desse montante foi investida nos Ministérios da Saúde e Educação.
Na esperança de que Passos e Portas tenham levado a cabo o “princípio da boa gestão e tenha deixado a casa arrumada”, João Duque lembra ser possível que os 60 milhões sejam para gastar e cumprir o défice até ao final do ano”.
Ainda assim, salvaguarda, “se além daqueles pagamentos, deixou para este Governo um monte de despesas para pagar como estas. Adeus 3% [de défice]”, finaliza.