Um dos principais motes governativos propostos pelo novo Executivo com apoio parlamentar à Esquerda é a reversão de privatizações de transportes feitas pelo anterior Governo, sendo uma delas a da transportadora aérea TAP. Esse ‘passo atrás’ pode, contudo, sair muito caro para os contribuintes.
Caso o Executivo de Costa opte por reverter a privatização, o valor a pagar será perto de mil milhões de euros, um montante três vezes superior aos 354 milhões pagos pelo consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, por 61% do capital da TAP.
Ao jornal i, Pedro Marques, do gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, adianta que “está em curso um processo negocial” e que “o Governo está firmemente determinado em recuperar para o Estado a maioria do capital da TAP”. A mesma fonte não adianta, contudo, mais pormenores sobre o assunto.
Os custos podem, no entanto, não ficar por aqui. “É preciso ter em conta não apenas o valor da operação, mas o ganho que esse negócio representaria, que geraria para os investidores”, lembra José Miguel Júdice, sócio coordenador da área de prática de arbitragem da sociedade de advogados PLMJ.