Bruxelas aprova ajuda ao Banif... e revela 'buraco' ainda maior
Valores anunciados pelo comunicado do Banco de Portugal não detalharam todos os custos da medida de resolução aplicada ao banco madeirense.
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Economia Reprivatização
Afinal, a ajuda do Estado ao Banif poderá mesmo ultrapassar os 3.000 milhões de euros. Em comunicado divulgado esta manhã, a Comissão Europeia revelou mais pormenores sobre o negócio entre o Santander Totta e o banco madeirense, levantando um pouco mais o véu.
Os custos para os contribuintes são ainda maiores do que o anunciado ontem pelo Banco de Portugal, devido à divisão de ativos 'tóxicos' do restante património que passará a ser detido pelo Santander. Segundo Bruxelas, para além dos 2.255 milhões de euros investidos no reequilíbrio de capitais, o Governo português vai também gastar 422 milhões de euros na "transferência de ativos comprometidos para um veículo de gestão de ativos".
As participações 'tóxicas' vão ser geridas pelo Fundo de Resolução, que será responsável pela venda destes ativos avaliados em cerca de 2.200 milhões de euros.
Vai ser também dada uma garantia pública para cobrir "as possíveis alterações recentes no valor da parte vendida ao Banco Santander Totta", uma contingência que aumenta "o total de medidas potenciais de ajuda para os 3.000 milhões de euros". "Os acionistas e detentores de dívida subordinada contribuíram totalmente para os custos da resolução, reduzindo a necessidade da ajuda estatal", revela o comunicado da Comissão Europeia.
O processo de venda e auxílio público foi aprovado pela Comissão Europeia, garantindo que "a viabilidade do Banif não podia ser restabelecida sem auxílio externo" e por isso era necessário "um comprador forte que permita o regresso das atividades transferidas à viabilidade de longo prazo". "Todos os depositantes estão garantidos", assume Bruxelas.
O Banif deixa de existir enquanto banco independente e a saída do mercado significa o encerramento do processo de investigação à ajuda prestada pelo Estado em janeiro de 2013. A Comissão Europeia tinha instaurado um processo de inquérito à injeção de 1.100 milhões de euros no Banco Internacional do Funchal durante o 'reinado' de Vítor Gaspar, devido a uma possível violação das regras de ajuda aos bancos da zona euro.
[Notícia em atualização]
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