A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) já revelou os calendários de financiamento público para este ano e o panorama é muito diferente do esperado. As necessidades líquidas de dinheiro dos cofres públicos são bem superiores às projeções iniciais e por isso a quantidade de dívida emitida nos mercados terá de aumentar.
O IGCP aponta agora para a venda de 18 a 20 mil milhões de euros em dívida de médio e longo prazo durante 2016, em linha com uma menor liquidez dos cofres públicos provocada por fatores imprevistos. Os primeiros cálculos da agência de controlo da tesouraria apontavam para necessidades públicas de capital equivalentes a 500 milhões de euros, que se transformaram em 7.000 milhões, um valor 13 vezes maior.
A ajuda ao Banif no final do ano passado, o falhanço da primeira tentativa de venda do Novo Banco e o ajustamento mais lento do défice de 2016 previsto no programa de Governo socialista obrigaram o IGCP a reavaliar o calendário de financiamento, tendo em conta previsões pessimistas de perda total do dinheiro investido em ambos os bancos e um deslize de 2,8% do PIB nas contas públicas de 2016.